quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Poema: sentado numa lancheira

minha filha é a maior
das glórias.
comíamos um lanche
para viagem em meu carro
em Santa Mônica.
eu digo, “ei, filham
minha vida tem sido
boa, tão boa”.
ela me olha.
baixo minha cabeça
contra o volante,
tremo, depois
abro a porta de supetão,
finjo
vomitar.
me endireito.
ela ri
mordendo eu
sanduíche.
pego quatro
batatas fritas
coloco-as em minha boca,
mastigo-as.
são 5h30 da tarde
e os carros passam voando por nós
pra lá e pra cá.
lanço um olhar furtivo:
tivemos toda a sorte de que precisamos:
seus olhos brilham
enquanto o dia
cai, e ela está
sorrindo.

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